O amor verdadeiro.


PI PI PI.
‘ Droga de despertador’ ,- pensei, desligando ele e me espreguiçando na cama.
A porta do quarto se abre e minha irmã entra nele correndo e abre a janela, depois se vira e me encara.
- Anda logo,não quero me atrasar pro colégio ! – ela disse e saiu do quarto sorrindo.
- Inferno. – murmurei enquanto ela saia do quarto.
Essa pestinha só sabia infernizar minha vida e pra ela isso parecia muito fácil.
Levantei, fui até o som e coloquei uma música do Muse que eu amava ‘ Supermasive Black Hole’, fui até o armário, peguei minhas roupas, fui até o banheiro e tomei um bom banho.
Me vesti correndo, arrumei meu cabelo, tomei meu café, escovei os dentes, peguei minha mochila e minha irmã praticamente me arrastou para o carro.
Chegando no colégio, desci no carro com elegância, mais isso não importava porque eu era praticamente invisível ali. Fui para a sala mais no caminho tive a sorte de esbarrar numa patricinha do colégio que saiu me chingando pelas costas.
Entrei na sala, me sentei na carteira e o sinal bateu, aula de literatura, a aula em que eu me empolgava e ouvia meu IPod. A professora entrou na sala e começou a explicar sobre o romantismo em 1500 e blábláblá. Enquanto isso eu ficava ouvindo música e agora, eu estava ouvindo ‘ Inconsolable – Backstreet Boys e torcendo para não cantar isso em voz alta.
- E então Letícia o que você acha que é o amor verdadeiro ? – a professora me perguntou, mais eu estava muito ocupada ouvindo música.
- I try to sleep, yeah. But the clock is stuck on thoughts of you and me (8) – cantarolei e senti um cutucão na barriga.
Intrigada, retirei os fones de ouvido e me virei para o lado.
- O que é ? – perguntei a minha colega e melhor amiga.
- A professora te fez uma pergunta.. – ela disse e eu me virei para a professora dando um sorriso forçado.
- Pode repetir por favor ? – pedi
- Ah, mais é claro que eu posso . – ela falou sorrindo e me perguntou. – O que você acha que é o amor verdadeiro ?
Precisei pensar nessa resposta, mais não por muito tempo.
Eu já sabia o que era o amor verdadeiro, pois eu estava sentindo isso por ele, mais mesmo assim, eu pensei. Então olhei nos olhos da professora e expliquei.
- Bom, eu não acho que eu possa explicar o que é o amor verdadeiro professora, mais eu acho, que o amor verdadeiro acontece quando duas pessoas realmente enchergam algo de bom na outra, quando elas combinam, quando se dão bem e principalmente quando elas se gostam de verdade. – falei e recoloquei os fones de ouvido para me inspirar. – E as pessoas, nós não podemos escolher, porque quem escolhe é o coração e ninguém deve se opor a ele, porque mais cedo ou mais tarde o que o coração sente vai se revelar .
- Ótimo, adorei. – a professora falou e aplaudiu. – Muito obrigado.
Eu sorri para ela e abaixei a cabeça, sentindo que todos na sala olhavam para mim, tentando saber de onde eu tinha tirado aquilo tudo sobre o ‘amor verdadeiro’, fala sério, eles não podiam parar de me olhar ?
Eu sei que eu sempre quis deixar de ser invisível, mais agora seria um bom momento para ser invisível, porque eu estava morrendo de vergonha e não sabia onde me enfiar.
Na hora do recreio eu decidi ficar um pouco sozinha numa parte da biblioteca que era isolada, mais chegando lá, eu dou de cara com o garoto mais bonito do colégio e o qual eu amo.
- Ah, me desculpe, eu não sabia que tinha gente aqui.. – falei me virando de costas e pronta para sair.
- Não, pode ficar, é sério. – ele falou e eu me virei de frente para ele, para ver o seu lindo rosto que agora estava com um enorme sorriso. – Uma companhia seria muito bom nessa hora.
- Tudo bem então. – falei andando na sua direção e me sentando ao seu lado, olhei nos seus olhos e abaixei a cabeça.
Ele levantou meu rosto com as mãos e me encarou, começou afagar meu rosto com as mãos e sorriu.
- Sabe porque eu venho aqui todo o recreio ? – ele disse me olhando nos olhos .
- Não. – sussurrei.
- Porque aqui, eu tenho paz e aqui eu posso pensar numa pessoa que vem me fazendo feliz desde o início do ano. – ele falou. – Você.
Ele estava lendo o meu pensamento ? Nossa, eu tinha acabado de pensar nisso, acabado de pensar que ele me amava e que ele iria me beijar e ..
Seu rosto se aproximou do meu e ele tocou seus lábios nos meus pela primeira vez, os lábios que eu tanto desejava agora estavam nos meus, se movendo lentamente e seus dentes morderam meus lábios, me fazendo ficar arrepiada.
Não senti mais nada a não ser dormência, eu acho que eu estava sonhando, só podia ser, isso era o paraíso, mais não era sonho EU ESTAVA BEIJANDO ELE.
Ele afastou seus lábios nos meus e me olhou, esperando pela minha reação, que não podia ser pior.
- Eu esperei tanto por isso. – falei ficando vermelha.
Meu deus, eu não podia falar outra coisa ou apenas ficar calada e sorrir pra ele ? Mais que diabo !
- Eu também. – ele disse sorrindo.

O sinal bateu e nós dois nos levantamos e fomos conversando sobre matemática, até chegarmos em nossas salas.
- Até mais.. – falei me virando para entrar na sala.
- Espere. – ele falou me puxando pra mais perto dele. – Eu posso passar na sua casa hoje a tarde ?
- Claro, a gente pode conversar, ver filmes ou estudar, tanto faz. – falei sorrindo.
Meus pais já o conheciam mesmo, o que mais poderia acontecer? Já sei, a pestinha iria atrapalhar, mais que se dane, ELE IRIA LÁ EM CASA *-*
Ele sorriu e encostou seus lábios rapidamente nos meus, na frente de todo mundo e todos ficaram de boca aberta , haha, bem feito.
Ele foi para a sua sala e eu entrei na minha cambaleando, eu acho que eu teria que me acostumar com os seus beijos e isso seria meio difícil.
Sentei na minha mesa e praticamente dormi durante as duas últimas aulas, quando o sinal tocou, recolhi meus materiais, coloquei meus fones de ouvido, peguei minha mochila e fui para a saída esperar meu pai.
Minha irmã já estava dentro do carro então nem precisei procurá-la, então entrei no carro e esperei quieta até chegarmos em casa. Ao chegar em casa, sentei na mesa, almocei e informei a todos que ele viria ali mais tarde.
- Oh, querida que ótimo. – minha mãe falou sorrindo e olhou para a minha irmã. – Nada de incomodar a sua irmã hein ?
Minha irmã fez cara feia e eu sai da mesa, já que estava satisfeita, fui para o meu quarto, fiz meu dever e entrei no MSN, ele estava on *-*
Ele : oi minha linda *-*
Eu : Ah, oi meu lindo.
Ele: Então, ta combinado né, eu posso passar ai depois do trabalho ?
Eu: Claro, pode vir, sem problemas :D
Ele : Ok, agora eu quero te dizer mais uma coisa antes de ir trabalhar.
Eu : *medo* , diga.
Ele : Nós éramos amigos antes não é mesmo ? Então, não é porque a gente ta ficando que você vai esconder as coisas de mim né ? Porque, eu te amo e quero ser totalmente verdadeiro com você.
Eu: Nunca vou esconder nada de você, como nunca escondi. – só o pequeno detalhe de eu te amar, mais.. Era por causa da vergonha. - Então, estamos quites, porque eu também te amo.
Ele : *-*, Agora, eu tenho que ir meu amor, até mais tarde, te amo.
Eu: Até mais , bom trabalho e, eu te amo (L).
Ele saiu do MSN e eu também sai, aliás, que graça tinha ficar ali sem ele ? Haha.
Liguei para a minha melhor amiga e contei tudo a ela sobre ele, ela ficou rindo toda hora, não era de se esperar, mais ela também ficou muito feliz por mim *-*
Desliguei o celular e fiquei assistindo a TV do quarto enquanto esperava por ele, estava passando um filme de romance, pra melhorar a minha situação ‘ Um amor pra recordar’ , eu chorei muito, eu admito, sempre choro quando vejo esse filme.
Passaram se as horas e eu fui me arrumar, coloquei um shorts e uma blusa um pouco larga pra mim, passei rimel, escovei os dentes, penteei o cabelo e fiquei sentada na no sofá da sala enquanto ele não chegava.
Ouvi a campainha tocar e corri para atender, como eu sou desastrada, quase rolei escada a baixo de tanta ansiedade para vê lo . Abri a porta e olhei nos seus lindos olhos verdes misturados com castanho, a, era lindo, ele estava lindo *-*
- Oi. – falei sorrindo. – Entre.
- Eu acho melhor não .. – ele falou.
- Deixe de bobeira você já veio e entrou aqui, o que custa entrar de novo ? – perguntei pegando na sua mão.
- Mais é que eu acho que aqui vai ser melhor sabe ? Eu quero pedir uma coisa pra você. – ele disse e eu quase morri de infarto naquela hora.
- Ah, tudo bem. – falei saindo e fechando a porta. – Estou aqui, peça.
- Eu vou direto ao ponto- ele disse.
- Você sempre vai. – falei
- Queres ficar comigo oficialmente para depois podermos assumir algo mais sério ? – ele perguntou.
Tremi com o que ele perguntou, meu corpo se encheu de tanta felicidade, eu achei que ia explodir !
- Si ..Sim – gaguejei .
Ele riu e me tomou nos braços outra vez, não me deixando respirar direito e nem me acostumar com a idéia de ter que beijá- lo todos os dias, porque agora éramos compromissados.
Seus lábios se moviam lentamente nos meus e sua língua brincava com a minha, isso me causou um arrepio tremendo, depois ele mordeu meus lábios e os puxou, soltando levemente e me fazendo suspirar de prazer.
Nos afastamos e ele estava sorrindo para mim, era um sorriso que eu nunca tinha visto na sua face, um sorriso bobo e apaixonado.
Ao decorrer do tempo, na escola, nós éramos quase inseparáveis, mais éramos assim por causa das aulas, porque eu acredito que éramos capazes de tudo para ficarmos juntos no colégio, o que eu queria era estar com ele e ele era estar comigo.
Assumimos um compromisso mais sério e os meus pais aprovaram isso, porque ele era um rapaz de família e era mais uma motivação para mim começar a gostar de estudar, porque eu queria mostrar para ele que eu sabia ser tão inteligente quanto ele.
Eu não era mais invisível no colégio, agora todos só falavam do nosso relacionamento, e o quanto nos formávamos um casal bonito e charmoso, eu é claro, adorei esses elogios, mais tudo o que me importava era o que ele achava.
- Sabe, eu te amo mais do que tudo. – ele falou sorrindo e me dando um beijinho rápido.
- Eu também. – falei sorrindo e sentindo seus lábios nos meus.
Sempre que dava ele ia na minha casa, e isso só me fazia ficar mais apaixonada ainda por ele.
A cada segundo, a cada minuto, a cada hora, o meu sentimento por ele só aumentava e ainda hoje, ele aumenta. Eu o amava mais do que qualquer coisa, eu o amo mais do que qualquer coisa e isso, ninguém poderá mudar.

Se eu estou assim, apaixonada a culpa é toda dele.

Meu primeiro beijo.


Numa noite linda, cheia de estrelas e com a lua nova no alto, nós dois saímos para caminhar.
Andávamos de mãos dadas pelo parque, observando a paisagem, conversando, mais nunca ficávamos quietos.
Uma brisa gelada passou por nós, eu tremi, ele, se moveu rapidamente, retirando o casaco e colocando em mim.
- Obrigada. – falei sorrindo e sentindo o cheiro do seu perfume.
- Não foi nada. – ele falou sorrindo.
Eu sabia que de um jeito ou de outro nós íamos nos beijar, mais eu queria que ele tomasse a iniciativa.
E como eu esperava, não demorou muito.
- Eu quero... – ele falou se aproximando e se inclinando pra mim.
- Sim. – sussurrei envolvendo seu pescoço com os braços – Eu também quero.
Ele sorriu e se inclinou mais na minha direção, fechei os olhos e pude sentir seus lábios tocando nos meus.
Para mim, tudo era muito novo, mais de alguma forma, eu sabia o que fazer.
Nossos lábios se moviam lentamente, eram doces e gentis.
Senti alguns arrepios, minhas pernas tremeram e meu coração acelerou de uma forma que eu não podia conter.
Ele deu um sorrisinho e afastou nossos lábios, apenas mantendo as nossas testas encostadas uma na outra.
- Eu te amo – ele sussurrou.
- Eu também te amo – falei.
Sorrimos um para o outro e nossos lábios se uniram mais uma vez formando o nosso segundo beijo e o segundo beijo da minha vida.